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Obediência e submissão

Aqueça o Coração!

Você sabe a diferença entre obediência e submissão?

O autor John Bevere, carinhosamente guiado por Deus nos mostra em seu livro “Debaixo das Suas Asas: a Promessa de Proteçao Debaixo de sua Autoridade” esta diferença.

Confira abaixo um dos capítulos e procure nas melhores livrarias este livro, recomendamos!

Nós podemos obedecer e nem sempre sermos submissos

Submissão possivelmente causa o maior número de mal enten­didos entre os cristãos. Discutiremos assuntos difíceis nos próximos três capítulos. Durante dez anos eu ensinei sobre estarmos sob a co­bertura de Deus, e repetidamente ouvi questões como estas:

  • Obediência é incondicional?
  • E se eu não concordar com as decisões do meu líder?
  • E se a autoridade estiver tomando más decisões?
  • E se uma autoridade me disser para fazer algo errado?
  • Onde fica a linha divisória entre nós?

Estas são excelentes questões que precisam ser respondidas se quisermos confiantemente nos submeter à autoridade. Para come­çarmos, olhemos o livro de Hebreus:

“Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não apro­veita a vós outros.” (Hb. 13:17)

O escritor distintamente exortou-nos em duas coisas: (1) obe­decer aqueles que governam sobre nós; e (2) sermos submissos a eles. Estas são duas coisas distintas, e é aqui que muitos ficam confusos. Nós podemos obedecer e não, necessariamente, sermos submissos. Para explicar, permita-me compartilhar um exemplo pessoa.

Não sendo alimentado

Como mencionei num capítulo anterior, eu trabalhei para uma grande igreja na parte sul dos Estados Unidos após uma pequena car­reira no meu campo de engenharia. Servi lá por quatro anos e meio como assistente pessoal ao pastor. Foi uma posição de aprendizado maravilhoso, e no primeiro ano fiquei entusiasmado ao ver que Deus pôde permitir que eu servisse nesta posição em Seu Reino. Eu me lembro de até haver pensado, Eu deveria pagá-lo por estar sendo permitido de fazer isto. Esta fase de lua-de-mel durou cerca de um ano e depois começou a desaparecer, primeiramente, de uma forma sutil, e depois, em um declínio rápido.

Quanto mais perto eu chegava, mais defeitos eu via. A no­vidade e entusiasmo não funcionavam mais para camuflarem. Eu esta­va tendo dificuldades e questionamentos com relação ao que eu pre­senciava. Não demorou muito tempo e estas imagens começaram a me perturbar. Eu estava discordando mais do que concordando com a maneira como as coisas eram feitas, como os problemas eram resolvi­dos e as decisões eram tomadas.

Comentários eram feitos que não pareciam se diferenciar do que eu havia ouvido numa empresa secular. Se estes menciona­dos fossem empregados, eu saberia que era uma questão de tempo e eles seriam demitidos, ou iriam deixar a empresa por decisão própria. Geralmente eles eram substituídos por pessoas que eu considerava ser de ‘fala mais mansa’, mais enganadores. A maioria dos novos empre­gados pareciam estar escorregando para outras posições chaves, como gerenciamento. Meu pastor gostava de estar ao redor destas pessoas mais do que pessoas de oração. Ele ria e gostava dos comentários irônicos, e parecia desinteressado e distraído à companhia de cristãos sinceros. Eu estava assustado com seu comportamento, e cedo me tornei crítico.

Houve outras discrepâncias, e eu observava todas elas. Era um ministério internacional, o que o tornava muito visado nos Estados Unidos. Todos os programas requeriam muita influência humana e muito dinheiro para manter as coisas funcionando. Tínhamos uma equipe de mais de 250, e possuíamos tudo de primeira qualidade. Consultoria era trazida para nos ajudar a levantar mais dinheiro para os programas existentes e para ideias futuras. Eu era responsável por recebê-los. Sozinho em companhia deles, eu ouvia suas discussões com meu pas­tor nestas reuniões. Eu questionava comigo mesmo, Isto é um negó­cio ou um ministério? Quanto mais eu ouvia, mais eu pensava, Isto é enganoso. Será que estes homens realmente se preocupam com as pessoas, ou estão nisto só por causa do dinheiro? Por que meu pastor se deixa ser cercado por pessoas como estes homens?

O tempo inteiro eu estava rodeado por amigos que eram tão críticos quanto eu. Eu me lembro distintamente de uma ocasião em que estávamos jantando na casa de um casal de amigos. Nós dois estávamos servindo sob a direção deste pastor e sua esposa. Discu­timos a respeito de não estarmos mais recebendo nada do ministério. Eu me lembro de haver dito, “Há seis meses eu não tenho recebido nada do que tem sido pregado neste púlpito.” Todos concordaram, com exceção de minha esposa, que permaneceu em silêncio.

Eu ouvi repetidamente o comentário, “Nós simplesmente não temos sido mais alimentados.” Nós concordamos que nosso tempo servindo aquele ministério parecia estar chegando ao fim. Sentimo-nos muito espirituais sobre o assunto inteiro e estávamos convencidos que Deus estava nos preparando para nos liberar e nos levar para outro ministério que Ele teria para nós. Estávamos confiantes que nossos dias ali se aproximavam do fim, e que estaríamos sendo promovidos.

O problema estava em mim

Alguns dias mais tarde enquanto orava, Deus, em sua miseri­córdia, trouxe à minha mente o problema que discutimos na casa da­quele casal de amigos. A frase ‘não estamos sendo alimentados’ não foi uma frase isolada naquela noite, mas continuamente frequentava meus pensamentos, até mesmo quando eu estava assentado ouvindo a pregação do meu pastor durante os cultos. À medida que eu ponderei a minha presente fome de não estar sendo alimentado, o Espírito Santo firmemente me informou, O problema não está no seu pastor, O problema está em você!

Eu fiquei alarmado e quase em descrença questionei: Por que Deus diria isto para mim? No passado, quando experimentava este tipo de correção, muitas vezes eu hesitava em analisar a verdade no que eu havia ouvido. Minha mente questionava: Você tem certeza que está falando com a pessoa certa? (Á medida que amadurecemos, este questionamento deveria acontecer com menos frequência, pois começamos a perceber quão pouco nós realmente sabemos).

Eu questionei em voz alta, “Por que o problema está em mim?”.

O Senhor respondeu: Você continua trazendo à sua mente a falta de estar sendo alimentado. O livro de Isaías diz, “Se quiserdes e me obedecerdes, comereis o melhor desta terra, mas se recusardes e fardes rebeldes, sereis devorados à espada” (1:19-20).

Eu sabia este versículo muito bem e pensei, Eu tenho sido muito obediente. Mas o Espírito Santo continuou, Você obedece tudo o que lhe dizem para fazer neste ministério, mas eu não disse, ‘Se me obedecerdes comereis o melhor desta terra; Eu disse, “Se quiserdes e me obedecerdes…” e o querer está ligado à atitude, e a sua atitude está completamente errada!

Então ele me fez lembrar-se de quando eu estava no colegial, antes de ter nascido de novo, meu show favorito de televisão era Baretta, toda quarta-feira à noite. O dia de recolher o lixo era quin­ta-feira, e era recolhido bem cedo. O lixo tinha que ser levado para fora bem cedinho, e a responsabilidade era minha. Parecia que toda semana minha mãe vinha exatamente no clímax do programa e pergun­tava, “Filho, você levou o lixo para fora?”.

Minha resposta era, “Ainda não.”

Minha mãe dizia, “Eu quero que você se levante e o faça ago­ra”.

Eu tinha que responder, “Sim senhora!”, e fazê-lo.

Se uma pessoa observasse meu comportamento, talvez ela te­ria comentado sobre minha obediência e prontidão. No entanto, em meus pensamentos, eu estava absolutamente reclamando, “Eu não acre­dito que ela me fez levar o lixo exatamente no meio do meu programa de TV preferido. Por que ela não pode esperar dez minutos até que o programa termine?”.

O Espírito Santo disse, Você foi obediente, mas você não estava querendo. Sua atitude para com sua mãe não estava certa. Á razão pela qual você não está sendo alimentado (comendo do que é bom do Meu Reino) nesta igreja é porque, embora você seja obediente, você não está querendo!

Pude então perceber como esta minha atitude para com o pastor havia me trazido para um lugar onde eu não mais recebia de Deus, e também estava me levando para um território perigoso. Hebreus 13:17 conclui com estas palavras: “Porque isto não aproveita a vós outros”.

Meus olhos foram abertos. Eu me arrependi imediatamente. No domingo seguinte fui à mesma igreja, me assentei no mesmo ban­co, e ouvi o mesmo pastor ensinando sobre os mesmos assuntos. Mas aquela manhã tudo foi diferente. Os céus se abriram e eu fiquei mara­vilhado com a revelação que Deus me deu através da pregação do pastor. Eu fiquei assentado quase que em lágrimas, pensando no que eu poderia haver perdido nos últimos seis meses por causa da minha péssima atitude com relação à autoridade sob a qual Deus havia me colocado.

Quando não somos submissos a autoridades delegadas, nós resistimos à autoridade de Deus porque estas pessoas foram designa­das por Ele! Deus quer que sejamos capazes de desfrutar livremente do benefício da Sua mesa de banquete, a qual Ele tem preparado para nós.

Obediência tem a ver com as nossas ações com relação à au­toridade. Submissão tem a ver com nossa atitude para com estas au­toridades. É aí que muitos se perdem. Deus olha para nossas ações exteriores, tanto quanto para nossas atitudes cobertas em nosso cora­ção. Davi disse estas palavras para seu filho Salomão quando transfe­riu o trono para ele: “Tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai e serve-o de coração íntegro e alma voluntária; porque o Senhor esquadrinha todos os corações e penetra todos os desígnios do pen­samento.” (l Cr. 28:9).

Por esta razão, o escritor de Hebreus nos exortou a não so­mente obedecermos os que estão acima de nós, mas também, a ser­mos submissos. Quando Paulo disse para sermos sujeitos a autorida­des e governos, obediência estava ligada a uma atitude de submissão.

Atitude submissa, mas não obediente

Examinemos as palavras do escritor de Hebreus em uma tradução diferente: “Obedecei aos vossos líderes e sede submissos para com eles.” (l 3:17) Eu ilustrei como podemos ser obedientes e não sermos submissos. Contudo, o contrário também existe. Pode­mos ter uma atitude submissa, mas não sermos obedientes. Um bom exemplo é a parábola que Jesus contou dos dois filhos, discutida no capítulo 3.0 filho teve uma atitude de prontidão: “Sim, senhor, eu irei e trabalharei na vinha.” Contudo, ele não obedeceu. Jesus deixou claro que ele não tez a vontade do seu pai, embora ele mentalmente tivesse consentido.

Isto geralmente acontece em nossas igrejas hoje. Nós te­mos ótimas intenções, aprovamos, sorrimos, e concordamos com as autoridades sobre nós: “Eu o farei!” Então nós acabamos não fazendo, simplesmente porque não é importante para nós. Eu gosto de chamar isto de rebelião requintada. Não se deixe enganar; rebelião desta forma é tão mortífera quanto uma rebelião declarada. Nenhuma destas formas é honrada no reino de Deus.

As palavras de rebate de Jesus às igrejas no livro de Apocalipse confirmam isto. Ele saúda cada igreja, “Conheço vossas obras”, ou “conheço vossos feitos” (Ap. 2-3). As igrejas tinham boas intenções e todas elas se consideravam vivas, mas Jesus disse que por causa da desobediência delas em seus feitos, elas estavam mortas. Lembre-se que Ele é Aquele que “retribuirá a cada um segundo o seu procedi­mento” (Rm. 2:6). Boas intenções não contarão no julgamento de Deus. Somente a fé verdadeira, a qual é evidente pelos atos correspondentes de obras de obediência, é que contarão.

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Onde desenhamos a linha divisória

Novamente lemos a ordenança de Deus, “Obedecei aos vossos líderes e sede submissos para com eles”. Como dissemos pre­viamente, as pessoas geralmente me perguntam com toda sinceridade, “onde fica a linha divisória? Será que Deus espera que obedeçamos a autoridades, independente do que elas nos ordenam fazer? E se me disserem para fazer algo que é pecado?” A Bíblia nos ensina submis­são incondicional a autoridades, mas a Bíblia não ensina obediência incondicional. Lembre-se, submissão tem a ver com atitude, e obedi­ência tem a ver com a realização do que nos ordenam fazer.

A única vez – e eu quero enfatizar que esta é a única exceção na qual não precisamos obedecer a autoridades – é quando elas nos dizem para fazer algo que é diretamente contraditório ao que Deus deixa claro na Sua Palavra. Em outras palavras, somos liberados desta obediência somente quando os líderes nos ordenam pecar. Contudo, mesmo nestes casos devemos manter uma atitude humilde e submissa.

Nabucodonosor, o rei da Babilônia, foi um homem bruto e destruiu muitos descendentes de Israel e a terra deles. Mesmo assim Deus o chamou de Seu servo (Jr. 25:9; 27:5-7), novamente confir­mando que Deus é Aquele que dá autoridade aos homens. Este rei trouxe de volta o remanescente do povo de Deus cativo à Babilônia. Dentre eles, estavam Daniel, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego.

O rei formulou um decreto que exigia que todo o povo se prostrasse diante de uma imagem de ouro quando ouvissem o som de ins­trumentos musicais. O decreto possuía consequência para aqueles que se recusassem a obedecê-lo: eles seriam lançados numa fornalha de fogo. Os homens hebreus temiam a Deus mais do que a fornalha de fogo e não obedeceram ao mandamento do rei, pois este claramente violava diretamente o segundo mandamento que Deus deu a Moisés, registrado na Torah. Eles desobedeceram à ordenança do homem para obedeceram a ordenança de Deus.

Foi simplesmente uma questão de tempo até que a desobedi­ência deles chamou a atenção do rei Nabucodonosor. Ele ficou furioso com Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e estes foram trazidos pe­rante o rei para serem questionados. Ouça às palavras deles: “Ó Nabucodonosor, quanto a isto não necessitamos de te responder. Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó majestade. Se não, fica sabendo, ó majestade, que não serviremos a teus deuses, nem adora­remos a imagem de ouro que levantaste.” (Dn. 3:16-18).

Eles permaneceram firmes em obediência ao mandamento de Deus, mas ainda assim falaram respeitosamente com o rei. Eles se dirigiram a ele, dizendo, “Ó majestade”; eles não disseram, “Seu tira­no, nunca faremos o que você nos mandar!” Falar desta maneira des­respeitosa seria rebelião. Devemos nos submeter a autoridades mes­mo quando devemos desobedecer ao que mandam.

Vemos isto na instrução dada às esposas por Pedro: “Mu­lheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem pa­lavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa, ao obser­var o vosso honesto comportamento cheio de temor.” (l Pé. 3:1-2) A esposa deve obedecer (Tt. 2:5), assim como também, honrar seu marido com uma atitude submissa. Pedro deixou claro novamente o paralelo entre comportamento e submissão. A esposa é admoestada para que viva um estilo de vida de pureza e reverência para com a posição de autoridade do seu marido, mesmo quando ele não é cris­tão. Ela não seria obrigada a obedecer incondicionalmente se ele a pedisse para cometer um pecado, mas ela deve ser incondicionalmen­te submissa e honrar a sua posição de autoridade.

Um possível exemplo seria uma esposa cristã que atende ao telefone, mas seu marido não quer falar com quem ligou e lhe pede: “Diga que não estou aqui”.

Uma reposta apropriada seria, “Querido, eu não vou mentir. Posso dizer que você não está disponível para atender ao telefone?” Ela mantém sua atitude de reverência à posição de autoridade, mas não desobedece ao mandamento para que não minta.

Pedro continuou dizendo,

“Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisa­do de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, po­rém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus. Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seu próprio marido, como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe de senhor, da qual vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma.” (IPe. 3:3-6)

A reverência de Sara era evidente na maneira em que ela honrou Abraão como seu senhor e lhe obedeceu. “Senhor” reflete sua atitude submissa, e sua obediência mostra que ela não temia perturbação alguma. O medo é um terrível capataz. O medo escarne­ce, ‘Eu não posso crer em Deus a ponto de me submeter ao meu marido ou a qualquer outra autoridade. Eu preciso me proteger! “Devemos nos lembrar que é Deus, e não um homem faminto por poder, que nos ordena a sermos submissos”. Ao nos submetermos a Ele, a proteção Dele estará sobre nós.

Pervertendo o mandamento

Eu tenho me entristecido ao ouvir histórias de mulheres que tomaram o mandamento de submissão incondicional e o aplicaram como se fosse para obediência incondicional também. Já ouvi casos de ma­ridos não-cristãos que obrigaram suas mulheres a assistirem com eles vídeos adultos perversos para prover excitação sexual, e suas esposas obedeceram porque elas pensavam que não tinham base bíblica. Eu ouvi caso de maridos que pediram que suas esposas fossem desones­tas com eles, e elas o fizeram. Ouvi casos de maridos que proibiram suas esposas de irem a qualquer culto da igreja, e estas esposas sim­plesmente pararam de ir à igreja. Estas ordenanças não devem ser obedecidas porque elas violam as escrituras.

Vamos mais adiante. Eu sei de casos de maridos que espanca­vam seus filhos ou esposas, e as esposas cobriam este erro abusivo. Em outras situações, crianças eram molestadas sexualmente, e as es­posas não fizeram nada. Isto é uma violação de uma premissa sobre a qual Deus estabelece autoridade, e as mulheres, nestas situações, pre­cisam entender que Deus nunca iria querer que elas retrocedessem e não fizessem nada. Se o marido está envolvido em um comportamento que representa uma ameaça de vida, a esposa deve separar seus filhos e a si mesma dele, e não retornar enquanto ela não estiver certa de que houve um verdadeiro arrependimento.

Até mesmo Davi, um guerreiro e homem de força, não ficou passeando no palácio quando Saul o ameaçou. Ele fugiu e foi viver no deserto, mas nunca perdeu sua atitude de reverência para com a autoridade de Saul. A submissão de Davi à autoridade de Saul não cessou, embora ele tivesse fugido da presença de Saul, e esperado o verda­deiro arrependimento ou ajustiça de Deus.

Deus abençoa aqueles que não obedecem ordens que implicam pecado

Existem outros casos onde a autoridade desobedeceu. Faraó ordenou que as parteiras hebréias matassem os bebês homens nasci­dos das mulheres hebréias. Contudo, a Bíblia diz, “As parteiras, po­rém, temeram a Deus e não fizeram como lhes ordenara o rei do Egito; antes, deixaram viver os meninos.” (Êx. 1:17) Deus se agradou tanto do comportamento delas que as Escrituras recordam, “E, porque as parteiras temeram a Deus, ele lhes constituiu família.” (v.21) O Senhor as recompensou porque elas desobedeceram um mandamento que implicava pecado,

O Sinédrio ordenou aos discípulos “que absolutamente não falassem, nem ensinassem em o nome de Jesus. Mas Pedro e João lhe responderam: “Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das cousas que vimos e ouvimos.” (At. 4:18-20) Como poderiam eles, obedecerem a estes líderes quando Jesus já os havia ordenado, “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16:15)? Eles não podiam! O Sinédrio ordenou algo aos discípulos que ia contra o man­damento de Jesus, então eles especificamente se recusaram. Ouça o que as Escrituras dizem a respeito da decisão deles: “Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Je­sus, e em todos eles havia abundante graça.” (At. 4:33) O temor que eles tinham de Deus lhes trouxe grandes bênçãos e poder.

Mesmo assim podemos ver a atitude de reverência e submis­são na resposta de Paulo ao Sinédrio. Quando foi levado perante eles, suas primeiras palavras de defesa foram, “Varões e irmãos, tenho an­dando diante de Deus com toda a boa consciência até o dia de hoje.” (At. 23: l) Ao ouvir estas palavras, o sumo sacerdote Ananias mandou que os que estavam perto de Paulo lhe batessem na boca. Paulo então disse, “Deus há de te ferir, parede branqueada!” Então lemos, “Os que estavam a seu lado disseram: Estás injuriando o sumo sacerdote de Deus? Respondeu-lhe Paulo: Não sabia, irmãos, que ele é sumo sa­cerdote; porque está escrito: Não falarás mal de uma autoridade do teu povo.” (At. 23:4-5)

Ao ouvir que Ananias era um homem de autoridade, Paulo se arrependeu de suas atitudes e palavras. Os discípulos não obede­ceram ao mandamento que contradizia as escrituras, mas eles manti­veram uma atitude de submissão, pois eles sabiam, “As autoridades que existem são constituídas por Deus”.

A decisão de Daniel sobre obedecer urna lei superior

Nos dias de Daniel uma lei foi instituída, a qual dizia que qual­quer um que fizesse petições a outros deuses ou outros homens, a não ser o rei, seria lançado numa cova de leões. Governadores invejosos iniciaram a lei com o fim de destruírem Daniel. Os líderes corruptos instigaram ao rei Dario para que assinasse a lei. Daniel nem mesmo considerou obediência à lei; ele escolheu obedecer a Deus. Ele aderiu ao plano do salmista: “A tarde, pela manhã, e ao meio-dia, farei mi­nhas queixas e lamentarei, e Ele ouvirá a minha voz.” (SI. 33:17)

Leia sobre as ações de Daniel: “Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa e, em cima, no seu quarto, onde havia janelas abertas da banda de Jerusalém, três vezes ao dia, se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer.” (Dn. 6:10).

A desobediência de Daniel foi reportada ao rei, que foi obri­gado a lançá-lo na cova dos leões. Mesmo assim a atitude submis­sa de Daniel nunca insinuou sequer uma faceta de injustiça. Deus o livrou e fechou a boca dos leões famintos e ele dormiu sem sofrer nenhum dano. Quando o rei viu o que havia acontecido, aqueles que planejavam contra Daniel foram lançados aos leões famintos, que os devoraram.

Nem sempre finais felizes

Deus livrou estes santos, mas este não é sempre o caso. Leia-mosemHebreus:

“Alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição; outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos afia de espa­da; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, ‘ necessitados e afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno).” (11:35-38)

Estes homens e mulheres receberam tratamento injusto e brutal destes líderes. Tertuliano, que foi um professor da igreja primitiva e viveu entre 140 e 230 D.C., lembrou aos cidadãos e líderes romanos que aquela perseguição somente aumentaria e fortaleceria a causa cris­tã. Ele escreveu, “Quanto mais vocês nos cortarem, mais em nú­mero cresceremos. O sangue de cristão é como uma semente” (Apology, capítulo 50).

Permita-me repetir as palavras deste desconhecido romano que descreveu os cristãos perseguidos,

“Eles vivem em seus países como simples viajantes. Eles são de carne, mas não vivem segundo a carne. Eles passam seus dias na terra, mas a cidadania deles é celestial. Eles obedecem às leis prescritas, e ao mesmo tempo, eles superam as leis com sua vida. Aqueles que os odeiam, são incapazes de dar uma razão para este ódio” (Carta a Diognetus, capítulo 5).

Eles obedeceram e se submeteram, e ainda assim, superaram a mera obediência com sua atitude de reverência e comportamento sub­misso. Novamente, como vimos na exortação de Pedro, o resultado do comportamento destes cristãos para com autoridades injustas fez com que eles fossem frustrados e que alguns fossem ganhos para o Senhor.

Sem meio termo

Quer a autoridade seja civil, da família, da igreja, ou social, Deus admoesta para que nossa atitude seja submissa, e devemos obedecer em ação, a menos que a autoridade nos diga para fazermos algo que é visto claramente nas escrituras como pecado. Deixe-me enfatizar a palavra claramente. Nos casos citados, os cristãos não obedeceram quando foram ordenados a negar a Cristo, matar, adorar outros deuses, ou subverter diretamente algum comando de Jesus. Eles não estavam em situações de meio termo ou que exigiam um julgamen­to.

Aqui está um exemplo de meio termo que eu tenho ouvido de pessoas que trabalham no ministério: “Meu pastor me disse para não aconselhar ou orar por pessoas durante as horas de trabalho, mas isto não é ter o amor de Deus, e não andar em amor é pecado, então eu tenho que fazê-lo.” Isto é uma opinião ou julgamento da pessoa sob autoridade. Esta é a interpretação dela. O pastor não pediu que ela violasse a palavra de Deus. Além do mais, elas são pagas para digitar, arquivar ou processar dados, ou qualquer outra forma de serviço, e não para orar.

Em essência, estas pessoas, por causa de insubordinação, acabam, em último estágio, roubando. Se elas realmente têm o cora­ção em orar por pessoas, elas deveriam pedir ao pastor autorização para chamar estas pessoas que precisam de oração em seu tempo próprio ou depois das horas de serviço. Se o pastor ainda não estiver confortável com essa ideia, ele pode sentir que os obreiros não estão apropriadamente treinados para aconselhar pessoas que pedem ajuda ao ministério. Se o pastor tiver tomado alguma decisão ruim com esta medida, ele responderá a Deus por isso, mas este julgamento não diz respeito às pessoas que estão sob sua autoridade. Este é meramente um dos milhares de exemplos, mas o alvo permanece o mesmo: so­mente podemos desobedecer autoridades quando existe uma clara vi­olação da Palavra.

Você pode ainda questionar: “Mas e se a autoridade na minha vida me diz para fazer algo que eu não concordo? E se esta autoridade me diz para fazer algo que é claramente tolice? E se esta autoridade me pede para fazer algo que é exatamente o oposto do que me foi mostrado em oração?” Eu darei respostas nas escrituras para estas questões no próximo capítulo.

Thiago Grulha – Tempo para amar
Aline Barros – Diante da Cruz

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  • Esse ensinamento me ajudou a vencer grandes conflitos relacionados à minha submissão e obediência para com a minha liderança

  • EU FIQUEI HIPNOTIZADA COM ESSE TEXTO, DE TAO ESCLARECEDOR E MARAVILHOSO, JESUS É ESCLARECEDOR!!!!!!!!!!!!!!

  • Jose Carlos ROCHA
    8 de julho de 2021 17:54

    Muito boa a explicação, só não consegui identificar um exemplo na Bíblia de obediência sem submissão!! Alguém se lembra?

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